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sábado, 16 de janeiro de 2016

Chuvas torrenciais de verão causam estragos

Fonte: tcnnews (2016)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Após vários anos com um verão de chuvas escassas, este ano de 2016 inicia o mês de janeiro com chuvas torrenciais em grande parte do país, especialmente na Região Sudeste. É interessante observar que este tipo de chuva, em especial nos meses de janeiro/fevereiro sempre foram características normais do verão. Mas, por que agora as chuvas estão causando tanto estrago em diversas cidades brasileiras, inclusive naquelas consideradas modernas e planas?
É notório que, em tempos pretéritos, as chuvas torrenciais não causavam nenhum estrago nas cidades, entretanto, nos tempos d’agora elas causam danos e prejuízos significativos. O maior problema desse tipo de precipitação pluviométrica nos dias atuais é, quase sempre consequência dos fortes desequilíbrios causados pelo homem no ambiente do entorno das cidades, principalmente nos grandes centros urbanos.
Dentre os diversos problemas podemos citar a planificação das formas de relevo para atender uma ocupação do solo urbano que não tem por base nenhuma forma de planejamento urbano-ambiental, retirada dos cinturões verdes de vegetação original, impermeabilização de áreas impróprias, etc. Outro fator que causa o agravamento dos perigos apresentados à população urna em decorrência das chuvas torrenciais se liga diretamente à chamada exclusão socioespacial, ou seja, a parcela mais pobre da população tem sido, sistematicamente, expulsa das áreas e espaços habitáveis das grandes cidades, sendo obrigada a se alojar em áreas e zonas de risco como encostas de morros e vertentes, terrenos alagados e áreas insalubres. Ocupam até mesmo zonas de lixões abandonados com solos sujeitos a afundamentos e alagamentos, pois os detritos (lixo) domésticos e industriais afetam todas as propriedades físicas originais que dão sustentação ao solo.
Então, as chuvas torrenciais são normais em países tropicais, o que é anormal é o processo de uso, manejo e ocupação do solo urbano, desprovido de um planejamento efetivo, somado a ações antrópicas no entorno das grandes e médias cidades brasileiras que levam a fortes e irreversíveis desequilíbrios socioambientais. Infelizmente, as ações antrópicas irresponsáveis sobre o ambiente urbano, o que até algum tempo atrás era anormal, estão se tornado atitudes absolutamente normais colocando em risco milhares de vidas humanas, todos os anos em época de chuvas torrenciais.

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