Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Conta a lenda, que num certo país
existiam homens cruéis que arquitetavam planos mirabolantes para exterminar
tudo que era belo, tudo que tinha substância e que era significativo para a
vida das pessoas. Assim, começaram por destruir as flores, as samambaias, as
orquídeas, as begônias, as árvores. Não gostavam das cores, nem dos aromas,
sabores e odores. Sentiam inveja das flores porque elas chamavam a atenção sem
mesmo se dar conta disso, sem o mínimo esforço para isso. Eram belas
simplesmente por serem belas! Eram perfumadas, simplesmente porque exalavam uma
inigualável fragrância, natural, que inebria os sentidos e viola os ouvidos.
Não gostavam das árvores porque eram
verdes, exuberantes, magníficas, imponentes. Aliás, o verde também era uma cor
e, além de ser uma cor, tem odor, tem sabor. E os homens detestavam cores e
sabores. Desta forma, resolveram que as flores e as árvores não eram
necessárias. Assim, como também eram desnecessários os animais, pois eles
dependiam das árvores, das flores, das cores e sabores. Por isso, diz a lenda,
que os homens bárbaros, cruéis, resolveram exterminar tudo que tinham cores e
sabores, enfim, tudo que tinham vida.
Num dia, conta a lenda! Eles conseguiram
seu intento: exterminaram todas as formas de vida. E, a partir deste dia, tudo
em volta ficou árido, cinzento, opaco, vazio. A terra, outrora fecunda, virou
imunda, vazia, nua, sem cores, sem flores, sem brilho, sem aroma, sem sabores.
Ali, onde um dia tudo eram flores ficou escuro, fez-se o caos, virou cogumelo.
E, conta a lenda, que estes homens cruéis podem estar dentro de sua casa, bem
pertinho de ti, entre ratos, gatos e sapatos. Portanto, preserve tuas flores,
teus aromas, tuas cores e sabores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário