Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca
Faleceu
hoje dia 15 de maio de 2015, aos 89 anos, um dos maiores nomes da música
“eternamente” universal, o cantor e compositor norte-americano, B.B. King. Digo
“eternamente”, porque dificilmente surgirá outra estrela de tamanha grandeza e
com um brilho tão esfuziante. A morte de um astro desta magnitude chama-nos à
reflexão sobre os diversos conceitos do que vem a ser a boa música. Eu,
pessoalmente, fico com a definição de um professor de música da UFMG (não me
recordo do seu nome) que diz: “a boa música é aquela que resiste a todas as
críticas e se imortaliza ao longo dos tempos”. Assim também classifico o Blues
de B.B. King.
Ele
não se destacou somente pelas belas composições, mas, sobretudo pela maestria
de seus dedos a manusear a “Lucille” sua famosa guitarra. Um simples acorde,
uma simples nota soava como um lamento, um suspiro poético, uma mostra do talento
genial do imortal criador no esplendor da riqueza de sua essência. Ele fazia
com apenas uma nota aquilo que muitos não fazem com mil. Há uma sintonia plena
entre instrumento e instrumentista, uma harmonia ímpar que somente pode ser
definida ao ouvir sua música. Ele não se imortalizou somente pela composição e
pelos acordes. Ele se imortalizou pelo olhar, pelo carisma, pelas mãos
calejadas das colheitas de algodão no Mississipi em sua infância e parte de sua
juventude. Para compreender a imortalidade do criador desta música igualmente
imortal é preciso também conhecer a criatura.
B.
B. King era dono de um carisma insuperável, de um olhar doce, meigo, de um
sorriso solto e de uma gargalhada travessa. Sua vida era sua música, seu
público (e, como ele o amava) era sua essência, sua exuberância e sua beleza. Ele
transpirava e respirava a imortalidade de sua obra. Filho de lavradores, sua
voz e suas notas soavam como um lamento e um apelo à liberdade. E, foi assim
clamando pela liberdade de um mundo mais bonito, mais especial que, enfim,
neste dia alegre (como ele próprio), B.B. King libertou sua música para o
infinito do universo para o delírio de todas as estrelas do firmamento. Não!
Meus caros! B.B. King não morreu, ele vive para sempre por intermédio da
imortalidade de sua canção, de seus acordes e de sua esplendorosa “Lucille”.
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