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sexta-feira, 8 de maio de 2015

A TERRA TREME NO NEPAL

Fonte: Portal G1 (2015)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
O planeta tem dado mostras visíveis da força de sua dinâmica interna especialmente nesta última década. Neste período, presenciamos eventos sísmicos (terremotos) de grande intensidade em diversas regiões do globo terrestre: no Chile, no Haiti, no Japão, na Índia e agora por último no Nepal e na Índia.
O terremoto de intensidade 7,8 na Escala Richter registrado no Nepal no último dia 25 de abril chamou a atenção da população mundial não somente pela força do evento, mas, sobretudo, pelo nível de destruição e mortes (mais de dez mil) em decorrência deste abalo sísmico. A acomodação das placas tectônicas têm proporcionado grandes choques e mergulhos destas placas em diversos locais do globo terrestre, em especial na região do denominado “Círculo do Fogo” do Oceano Pacífico.
Qual o significado destes abalos? O que o planeta quer nos dizer?
É relevante salientar que eventos sísmicos são expressões da dinâmica natural do Planeta Terra e nada tem a ver com a ação humana. Porém, podemos realizar uma análise das grandes catástrofes naturais deste último período e, a partir daí, procurarmos decifrar as mensagens, o significado da concentração deste eventos naturais, em especial nesta última década. Neste últimos 10 (dez) anos presenciamos uma aumento potencial no número e intensidade de terremotos, maremotos, tsunamis, nevascas, enchentes e inundações (estas sim, podem ter relações com a “mão” da tecnologia humana), tornados (inclusive no Brasil: Santa Catarina) e furacões.
Pois bem! Estamos num período interglacial, ou seja, saímos da terceira grande glaciação e podemos muito bem vislumbrarmos os possíveis efeitos de uma futura quarta glaciação. A proximidade ou não de uma quarta glaciação não é possível prever, pois, a nossa tecnologia (ainda que muitos a considerem extraordinária) está a anos luz de nos possibilitar quaisquer prognósticos acerca da perspectiva de um evento geológico de tal magnitude. O certo é que todas as três grandes glaciações anteriores foram precedidas pela intensificação dos fenômenos extremos oriundos da dinâmica natural da Terra.
É importante ressaltar que a glaciação é o fenômeno que resulta no rebaixamento das partes altas (continentes) e na elevação das partes baixas, os assoalhos oceânicos. Ou seja, o que está debaixo d’água passa a ocupar as porções emersas e o que está sobre as águas (nos continentes, em terra firme) passa a ocupar as áreas submersas. Isto significa dizer que caso ocorresse hoje um evento glacial desta envergadura, mais de 2/3 (dois terços) da humanidade sucumbiria. E, fenômenos desta magnitude o homem não pode prever e muito menos conter. Reflitam sobre isto! Qual é a medida da nossa avançada tecnologia se não somos capazes de, pelo menos, prever tais manifestações da natureza? Qual é nossa real força? Qual é nosso real poder diante das forças da natureza?   


* Escritor. Geógrafo, mestre e doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba (UNIUBE). Membro e líder do grupo de pesquisas “Energia e Interações Complexas nos Ecossistemas Terrestres (GEICET) – UNIUBE/CNPq.

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