Prof. Dr.
Valter Machado da Fonseca
A casa caiu! Foi assim que o
jornalista esportivo Juca Kifouri noticiou em seu blog no portal UOL o
escândalo da CBF. Há tempos os desmandos da cúpula da Confederação Brasileira
de Futebol (CBF) já vinham sendo enunciados pelas beiradas. Mas foi preciso a
inteligência norte-americana (FBI), às vésperas das eleições da FIFA, entrar em
ação para iniciar o desbaratamento da quadrilha que se encastelou na entidade
máxima do futebol brasileiro. José Maria Marin e seus comparsas saíram presos
(embrulhados em lençóis) de um hotel em Zurique na Suíça. Finalmente veio à
tona o tamanho e a gravidade do tumor maligno que gangrenava o futebol
brasileiro e sul americano.
O mais interessante é que a maior
rede de TV brasileira, preocupada como está em julgar e condenar os réus da
“Operação Lava Jato” da Petrobrás, não tenha sequer emitido uma linha sobre a
quadrilha da CBF antes da ação do FBI. Será que eles não tinham nenhum indício
dessas falcatruas? Ou será que a “Operação Lava Jato” é mais importante? Ou,
será que existem diferentes graus de corrupção e, por causa disso deve-se
apurar os mais graves em primeiro lugar?
Voltando ao caso, o mais grave é
que a CBF se aproveita da boa-fé de nosso povo, apaixonado que é pelo futebol.
Diante desses fatos de extrema gravidade, a eleição da FIFA que pretende
perpetuar Joseph Blatter no poder, ficará sob suspeita e a entidade não terá
legitimidade para representar o futebol mundial diante dos escândalos
desencadeados a partir do caso CBF. Então, diante dos fatos e da proximidade de
Blatter com os membros da quadrilha, uma suposta “reeleição” dele será
ilegítima aos olhos do mundo esportivo e da opinião pública.
Por outro lado, o desmembramento
da quadrilha da CBF abre espaços para que o futebol mundial e, especialmente no
Brasil seja passado a limpo. É hora de questionarmos os salários exorbitantes
de um seleto número de profissionais do futebol, ao passo que a grande maioria
passa a maior parte do ano desempregada. É o momento oportuno de questionarmos
as parcerias dos grandes grupos de materiais esportivos, de indagarmos para
onde vão as receitas arrecadadas das bilheterias. Também é o momento de
indagarmos sobre os contratos exclusivos dos direitos de transmissão dos jogos,
dos direitos de imagem dos jogadores, de sabermos qual o real papel do
empresário dos profissionais do futebol. Enfim, este é o momento tardio para,
enfim, passarmos a limpo este que é o maior esporte popular de todos os tempos
em nosso país.
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