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quinta-feira, 18 de julho de 2013

O COMPLEXO DESAFIO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES!


Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Elementos para uma introdução
Pensar na temática “Formação de professores”, em qualquer contexto, em qualquer tempo nunca foi uma tarefa simples. Ainda mais quando situamos tal tarefa nos tempos presentes. Tempos em que a própria escola encontra-se instável, no momento em que ela não consegue se identificar no tênue espelho da realidade marcada por fatos que ocorrem quase que de forma instantânea, onde o conteúdo a ser ministrado na aula de hoje sairá no noticiário de amanhã. Esta tarefa se agiganta mais e mais quando a relação espaço/tempo se comprime segundo a lógica tresloucada da grande quantidade de informações que saltam aos nossos olhos, sem que tenhamos, sequer, o tempo suficiente para processá-las, decifrá-las.
Como pensar em formação de professores num tempo e num espaço que se nos apresentam quase que de forma virtual, num plano paralelo ao mundo real? Como falar de formação docente num tempo onde a violência urbana de adentrou à escola, tomando-se por ela, tornando-se parte integrante, indivisível do cotidiano escolar? Qual o terreno real, palpável, firme e sólido onde podemos nos embasar para tecer um projeto honesto de formação docente? Como fugir da areia movediça, cujo substrato se edifica sobre uma série de saberes e conhecimentos enlatados, em grande parte das vezes, ditado pelos grandes veículos de comunicação de massas?    
Esta série de indagações nos inquieta quando pensamos na “Formação de Professores” que fuja do receituário clássico do óbvio, das cartilhas encomendadas pelos órgãos e repartições estatais. As inquietações se agigantam com a enorme turbulência gerada por uma gama altamente diversificada de confusões, oriunda de uma educação que teima e persiste em permanecer na mesmice, nas “receitas de bolo”. A tal “Formação de Professores” torna-se estranhamente distante de nós quando nos deparamos com livros e materiais didáticos que filtram de tal forma deturpada o conhecimento produzido nos centros de pesquisa, sob a alegação de realizar a “Transposição didática”, com o intuito de atingir os docentes da Educação Básica, mas, no fundo, tornam estes saberes e conhecimentos tão rasteiros e superficiais que chegam a banalizar a profissão docente.
E as metas estabelecidas pelos órgãos educacionais do Estado?  
Inúmeras e diversas são elas. Se analisarmos, profundamente (às vezes nem precisa ser tão profundo) as metas estabelecidas pelos organismos gestores da educação no Brasil, veremos que se trata de um conjunto de medidas que não visam, sob hipótese alguma, a quaisquer melhorias do processo educacional vigente no país, mas, elas tratam, sobretudo, de metas que interessam somente aos coletores de dados que objetivam a confecção de gráficos e tabelas que irão justificar os projetos educacionais planejados por um punhado de gestores, muitos dos quais nunca pisaram em uma sala de aula de uma universidade, quiçá na Educação Básica. É por tudo isso, que pensar num projeto sério e honesto de “Formação de Professores” não é uma tarefa singela, mas, muito ao contrário, trata-se de uma atividade altamente complexa, onde os próprios formadores precisam ser formados.

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