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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Atos demonstram a fraqueza do movimento sindical

Fonte: nominuto.com
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca* 
As manifestações chamadas para ontem (dia 11/07/2013) foram a prova evidente do momento inexpressivo pelo qual passa o movimento sindical brasileiro. Os sindicatos que noutros tempos levavam milhares e milhares de manifestantes às ruas, neste dia 11 de julho reuniram pouco mais de 3000 pessoas na Avenida Paulista (local histórico de manifestações gigantescas noutros tempos).
A inexpressividade do movimento sindical nos tempos presentes, a ausência de representatividade das diversas e fragmentadas centrais sindicais no Brasil, demonstram os reflexos de uma política entreguista das diversas correntes que disputam os aparelhos dos sindicatos, que se traduzem no atrelamento desses sindicatos ao aparelho e controle do Estado capitalista no Brasil. Esta política pelega e corporativista gerou a total desconfiança das massas e afastou por completo as diversas categorias de trabalhadores de seus sindicatos. Na verdade, a absoluta maioria dos sindicatos brasileiros não representam sua categoria, suas aspirações e reivindicações. Pelo contrário, representam em contrapartida, os anseios do Estado capitalista no Brasil, legitimados por correntes pelegas representantes das elites econômicas que se encastelaram nos velhos e ultrapassados sindicatos (cujos “militantes” ainda trocam tiros na disputa pelo controle do aparelho) e nas cúpulas das inúmeras centrais sindicais que se proliferam por todo o território nacional e que, na verdade só defendem seus próprios interesses.
O que fazer?
As manifestações esvaziadas chamadas pelos sindicatos pelegos e corporativos somadas às gigantescas manifestações espontâneas chamadas pelo povo brasileiro por intermédio das redes sociais em todo o país, demonstram que esta velha estrutura sindical esta ultrapassada, que povo e os trabalhadores estão descontentes, que possuem uma extensa pauta de reivindicações, porém, não existe nenhuma direção honesta autêntica e legítima, na qual a grande massa de trabalhadores possa confiar. Existe um claro vazio de direção que precisa ser preenchido, caso queiramos ter sucesso em nossas lutas e reivindicações.
Portanto, é hora de realizar uma grande reflexão com o conjunto da classe trabalhadora e a juventude brasileira sobre os rumos a serem tomados para que logremos êxito em nossas lutas. É hora de politizar as manifestações, dando oportunidades para o surgimento de novos líderes que venham substituir esta direção entreguista dos sindicatos e das centrais de trabalhadores. As manifestações massivas e legítimas nos apontam o verdadeiro norte para o futuro de nosso país. O futuro desta nação está entregue nas mãos de nossa juventude trabalhadora, somente ela poderá tirar o gigante do berço esplêndido e mantê-lo de pé, infinitamente acordado, lúcido e na batalha.   


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com  

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