Total de visualizações de página

domingo, 14 de julho de 2013

A Rosa Vermelha


Fonte: ultradownloads.com.br

Por Valter Machado da Fonseca
Eu vi a semente no solo, vi água abundante 
Eu vi o solo rachando, a planta nascendo, crescendo
Das folhas frágeis, do broto frágil, delicado e sutil
Desabrocha a rosa vermelha da cor da centelha
Do mesmo fogo matreiro que destrói, corrói a essência da vida
Da terra outrora fecunda, agora imunda, terra sofrida

Senti o pé da criança que criou a esperança
De um futuro perfeito, do amor satisfeito
Senti o olhar do felino que espreitava o destino
Senti o olfato do cão que afugenta o ladrão
O olhar satisfeito do mesmo sujeito
Que plantara a semente da rosa vermelha da cor da centelha

O mesmo solo fecundo agora imundo esconde a verdade
Do tempo esquecido, do planeta aquecido pela chama cortante
Da fumaça escura, que esconde o luar, que apaga as estrelas
Transformando a noite de aquarela, em apenas uma tela
Vazia, nua, sem cores, difamando os amores, realçando os odores
De lodo fétido, contaminado e desbotado na chama da vela

Agora tudo é árido é desértico, insuportável
O mesmo sol que aquecia a flor, agora espalha o odor
Da carne perdida, dos corpos sem vida, putrefatos
O vento que acariciava a pele e afastava calor
Agora traz a tormenta, causa o terror, espalha a dor
Da criança que criou esperança, só resta o pavor

A rosa vermelha bela e radiante agora distante
Só existe na memória, lembrança constante do eterno retirante
A rosa que agora desabrocha, virou cogumelo
De cor escura que espalha a loucura da morte sofrida
No solo onde vi a semente agora resta apenas uma cova
Inscrito na cruz, agora reluz somente a mensagem:
Aqui jaz a rosa vermelha, do tem da terra selvagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário