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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O QUE A HUMANIDADE PODE ESPERAR DE 2013

Foto: Detalhe da Mata Atlântica (Sorocaba/SP)                                         Fonte: Arquivo Prof. Valter M. da Fonseca (2012)

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Particularmente, para mim o ano de 2012 foi espetacular. Consegui colocar em prática diversos projetos pessoais que estavam no plano apenas do imaginário já havia algum tempo. Porém, não podemos fazer o balanço de todo um ciclo, de todo um ano olhando pelo prisma do individual, em detrimento das grandes realizações coletivas. É preciso tomar por norte a maior parcela da humanidade e, sob o meu ponto de vista trata-se de realizar um balanço das condições da maioria da população mundial, ou seja, da classe trabalhadora que produz a maioria das riquezas materiais do planeta. É esta maioria a grande responsável por mover todo o processo produtivo da sociedade moderna.

Diante dessas considerações, é preciso realizar um balanço dos elementos econômicos, políticos e sociais que nortearam a conjuntura mundial. Neste sentido, o ano de 2012 foi marcado fundamentalmente, pela enorme crise econômica que tomou conta da Europa e dos EUA, crise esta que se arrasta desde as décadas de 2008/2009. São falsas as preconizações daqueles que tentam isolar o Brasil ou quaisquer outras nações dos fatos que fundaram a instabilidade européia. O capitalismo vive a fase, podemos dizer que definitiva, de mundialização do capital, na qual as forças que movem a economia mundial o fazem segundo as normas dos mercados inter/multi/transnacionais. O capital assume, neste limiar de século XXI, sua fase especulativa e volátil, girando o planeta à procura de mão de obra barata, de novas fontes de energia e matérias-primas. O capital não tem pátria, ele gira tresloucadamente por todos os territórios e regiões do planeta em busca de condições propícias para sua reprodução e expansão, isto é, em busca do aumento exponencial da mais-valia.

Diante desse conjunto de considerações elencadas, nenhum território, nenhuma região do globo está isenta da crise estrutural do capital. E o Brasil não é diferente. Haja vista o crescimento quase irrisório para o qual o país apontou durante todo esse ano de 2012. Basta avaliarmos os números mostrados pelo comércio nestas festas de final de ano, as quedas constantes na produção industrial brasileira e a diminuição dos índices de exportação. A economia brasileira, assim como o conjunto dos países denominados de “emergentes” dependem de uma série de fatores externos e, dentre eles a alta dependência dos mercados norte americano e europeu, os quais se encontram mergulhados em crise profunda em decorrência da estagnação estrutural do sistema produtivo capitalista, ou mais simplesmente da crise estrutural do capital.

Assim, meus caros leitores e minhas caras leitoras, eu não gostaria de iniciar meus textos de 2013 sob estas perspectivas tenebrosas. Não se trata de espalhar pessimismo, mas, é preciso olhar a realidade de frente e não procurar as linhas de menor resistência, forçando mentiras acerca da conjuntura econômica mundial e local. Pois, se assim o fizéssemos estaríamos fazendo o mesmo jogo de grande parte da mídia mundial e brasileira, escamoteando a verdade, prometendo o paraíso em meio ao deserto e vendendo ilusões. A verdade sempre precisa ser dita, por mais amarga que seja.

Então, diante da crise estrutural dessa magnitude, o capital não consegue mais se reinventar, ou seja, ele não consegue criar novas mercadorias (que já não existam) visando ao atendimento das necessidades primordiais e vitais do ser humano. Há tempos, ele só tem criado superficialidades, banalidades, descartáveis e supérfluos e disso a humanidade não necessita para sobreviver. A humanidade não precisa de lixo, ao contrário, ela necessita urgentemente de uma nova significação para continuar a almejar outro mundo, um mundo onde o homem conviva em harmonia consigo mesmo, com o planeta e com sua própria essência.

Assim, no sentido da estagnação econômica estrutural do capital, o ano de 2013 não faz vislumbrar nada de novo para a humanidade. Mas, 2013 pode ser um ano fundamental para que possamos refletir e agir em prol de outro mundo, de outro paradigma de sociedade onde o homem encontre sua essência de “ser” e “estar” inserido neste imenso universo em constante expansão.                

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