Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
Tem
sido quase que uma constante as dezenas de profecias sobre diversas teorias e
elucubrações sobre o “Fim do Mundo”, “Fim dos Tempos” ou “Fim da Humanidade”.
Quase sempre estas aberrações pseudofilosóficas surgem do nada, da vontade de
charlatães e falsos líderes religiosos que em nome de uma força do
sobrenatural, de uma instância suprema resolvem decretar o fim do planeta. É
impressionante como estes boatos grosseiros e sem nenhuma base de sustentação,
se alastram como rastilho de pólvora contaminando grandes contingentes da
população menos esclarecida, porém constituída de gente de humilde e de boa fé.
Aliás,
por detrás destas falcatruas existem verdadeiras indústrias midiáticas que
sobrevivem e se espalham pelo mundo afora, ganhando dinheiro por intermédio da
boa fé do nosso povo, principalmente de sua parcela mais humilde e mais
carente. A última manifestação dessas charlatanices absurdas se deu agora no
final de 2012 e que apontava o dia 21 de dezembro de 2012 como a data do “Fim
do Mundo”. Esta tentativa de banalização
da ciência segundo as seitas e crendices de charlatães medíocres tinha por
embasamento o calendário Maia, civilização milenar que estendeu-se por toda a península mexicana de Iucatã e zonas do que hoje é a Guatemala, Honduras, El Salvador e Belize. A própria mídia (escrita falada e
televisada) auxiliou na divulgação e proliferação destas crendices absurdas que
visam, no fim das contas, ganhar dinheiro utilizando-se da boa fé de pessoas
humildes e pobres. É notório que tais práticas, assim como outras modalidades
de crimes contra a população, tratam-se de enganações abertas, de fraudes dos
fatos e acontecimentos cientificamente comprovados e de abuso contra os povos e
a gente de bem de nosso planeta e, portanto, são cabíveis de punição. Basta
interpretar corretamente os artigos do Código Civil.
Mas,
o mundo está, de fato, prestes a acabar. Mas o que está para findar é a própria
humanidade. Não pelo fim do planeta como querem fazer crer os embusteiros de
plantão. Mas, o próprio ser humano está pondo fim à sua própria existência
neste planeta. A própria humanidade está decretando seu fim, a partir do
momento em que ataca as condições mínimas de vida neste planeta: ao lançar
altas cargas poluentes para a atmosfera, ao poluir as águas potáveis, os solos
e as fontes de alimento. Neste sentido, a humanidade está transformando o
grande ecossistema planetário num lugar impróprio à sobrevivência do homo sapiens e de milhares de espécies
de seres vivos (vegetais e animais). Assim, só os organismos mais fortes
sobreviverão. Os fracos e frágeis perecerão. Há que se considerar, acima de
tudo, que a espécie humana, apesar de se apresentar acima do conjunto das
demais espécies de seres vivos, mesmo com toda a tecnologia que ela
desenvolveu, pode ser considerada, com toda a certeza e sem medo de errar, a
mais frágil diante todas as espécies de seres vivos.
Assim,
realmente o tão propalado “Fim da Humanidade” está próximo diante da própria
irracionalidade do ser humano. Irracionalidade que ele próprio denomina de
racionalismo. Nesta direção, o extermínio da raça humana da face da Terra será
um favor ao próprio planeta azul, pois ele irá se livrar da forma mais dolorosa
possível do vírus da prepotência humana que tanto tem prejudicado o planeta,
levando-o de forma altamente danosa ao estado febril, sintoma de que o vírus da
prepotência humana é uma doença letal que pode exterminar a humanidade e levar
o conjunto dos seres vivos ao estado de degenerescência última, sem retorno.
Este sim! Este é o verdadeiro caminho para o “FIM DA HUMANIDADE”, fato que a mídia não divulga e jamais
divulgará.
*
Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela UFU. Professor e pesquisador da
Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com
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